sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

o argumento do tempo

Tá legal
Tá legal, eu aceito o argumento
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro ou de um tamborim
Sem preconceito ou mania de passado
Sem querer ficar do lado de quem não quer navegar
Faça como um velho marinheiro
Que durante o nevoeiro
Leva o barco devagar

- paulinho da viola -

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O mergulho

Chegou perto do abismo. Parou. Olhou. E não pensou.
Mergulhou-se inteira.
Molhada. Saiu vazia.
E sentiu - não medo, mas o vazio da morte.
O vazio da felicidade. Pleno e eterno.
Do eterno devir.
Do que és ali.
E do que está aqui.
Do gozo.
Escancarada.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Donde? Quien lo sabe?

e no terceiro sinal
as luzes se acenderam
e o pesadelo acabou

não era uma noite como outras
tinha febre
e vacilava
entre o grau sido
e o que estava por vir

estava de cama
sem movimentos
sem cores, cantos ou textos

restava apenas
o que dela já não sabia mais se era
e um pedaço de pão no bolso
para alimentar
o novo caminho
que estava por vir