quarta-feira, 27 de maio de 2009

declaração de amor

Eu amo amá-lo.
Pois amá-lo é descobrir um pouco mais de mim.
Do meu lado belo.
Do meu lado feio.
Do meu lado meio a meio.

É sempre uma dor
conectada
a um prazer.
Dor de não tê-lo dentro de mim,
como um ovo.
Prazer de não tê-lo dentro de mim,
ser inteiro.

Amar alguém assim
é como ter um feto
que vive fora de si.
Totalmente independente,
mas extremamente conectado em mim.
E eu nele.

Ou,
ser eu mesma a semente sem barriga,
que vive em busca do eterno retorno,
ao útero, ao colo,
à eterna confirmação
de pertencer a alguém ou
a alguma coisa.

É ser e não ter.
Ou ter e não saber.

É amar, incondicionalmente.

o descontrole do vir a ser

Por que nós, seres humanos, somos tão complexos?

terça-feira, 26 de maio de 2009

o empurrão

Quando se fecha um olho, eu fecho a porta.
Quando se nega um ato, eu parto.
Quando nada é dito, eu calo.
Calo, fecho e parto em busca de mim.
Mulher solitária que navega sola.
Medrosa e orgulhosa.