sexta-feira, 31 de outubro de 2008

o enterro do menino

A Igreja parecia vazia.
A água benta jorrava.
E os mendigos continuavam
sentados
com seus pés tortos
e olhares secos.

Pernas apressadas
pedindo perdão
não tinham tempo,
nem olhar,
pra trás.

Corria solto o boato
de uma chuva
que vinha
limpar.
O céu,
negro,
gritava a dor
do velho
que via tudo
mudar.

Via os mendigos, as pernas, a chuva.
E as meninas de mini-saia a correrem quase nuas.
Via os bancos vazios, os vitrais coloridos,
e as santas
Anna
Maria
Beneditos
e Pedros
Via o caixão do menino que já não era mais.

E rezava.
Para a chuva chegar.
E levar....

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

o retorno

Hoje eu acordei com saudade de mim.
E vi que faz quase um mês que estou sem postar, sem escrever.
E percebi que escrever é criar um pouco de mim. Só para mim.
É um ato meu, de amor-próprio, individual, de auto reconhecimento.
De necessidade.
Descobri isso conversando com uma grande amiga minha escritora.
Portuguesa.
Então, resolvi voltar.
Para mim mesma.
Para conversar mais comigo,
mas também para inventar mais de mim também.
Pois, me disseram, que sou romancista.
Talvez seja por que eu gosto de inventar estórias.
Talvez seja por que eu gosto de vivê-las.
Ou de vivê-las e reinventá-las....

lavar pratos

Eu ando meio ovo...
meio omelete....
em busca de uma frigideira
que modifique meu estado eternamente.
Para que os pratos não fiquem nunca
eternamente limpos.

lavar pratos

Eu ando meio ovo...
meio omelete....
em busca de uma frigideira
que modifique meu estado eternamente.
Para que os pratos não fiquem nunca
eternamente limpos.

notificação de felicidade

Nunca escrevo testemunhos, mas agora não dá para passar:

Foram 1.400 pessoas na Gambiarra domingo passado.
3 pistas de dança.
Muitos amigos trabalhando juntos.
Muitos amigos se divertindo também.
Muitos sorrisos.
Muitas lágrimas.
E um puta astral no ar.
Inesquecível!

É quase a mesma sensação de comer
uma costela de boi
de 5 real
às 5h30 da manhã
no "buteco d'esquina":
indescritível.