sábado, 7 de junho de 2008

Poema Inacabado

"Este coração como uma união
que não se desfaz
partindo sem poder partir
sangrando sem poder sanar
ungindo a dois, em dois
o adeus, o amor para estancar o amar
partir a fonte, em meio a noite
parando para então deixar

este coração como uma união
que em si desfaz
partir para poder partir
sangrar para então sagrar
o adeus amor
em dois à deus
a noite a estancar o amar
fugir a fonte, em meio a morte
uma união que de si desfaz."

Texto do poeta Felipe Vaz

sexta-feira, 6 de junho de 2008

O sol morreu

"A onda ainda quebra na praia,
Espumas se misturam com o vento.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei
sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi
pensando em nós dois.

Eu lembro a concha em seu ouvido,
Trazendo o barulho do mar na areia.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei
sozinho olhando o sol morrer
Por entre as ruínas de santa cruz
lembrando nós dois.

Os edifícios abandonados,
As estradas sem ninguém,
Óleo queimado, as vigas na areia,
A lua nascendo por entre os fios dos teus cabelos,
Por entre os dedos da minha mão
passaram certezas e dúvidas
Pois no dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei
sozinho no mundo, sem ter ninguém,
O último homem no dia em que o sol morreu."

Música: O último pôr-do-sol - Lenine

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A janela aberta

Lá de dentro, dá para ver o mundo todo rodando. A ponte, os carros e os vizinhos gritando. E, pela primeira vez, eu me encontro no eixo. Encaixada - em alguma coisa que eu nem sei o que é. Indizível.
Mas verdadeiro.

O razão de ser inteiro

"Não quero ser razoável. Esta é a primeira palavra que se usa quando se vai fazer alguma coisa errada."

O ensaio - Jean Anouilh

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Ponto sem retorno

Em um certo ponto da estrada,
as curvas viram retas,
a velocidade aumenta,
o motor esquenta
e não há mais como dar setas,
nem voltar atrás.

Ou você bate.
Ou você sobrevive.

terça-feira, 3 de junho de 2008

O ensaio

"Eu sempre tive medo que me tocassem. Mas quando ele me tomou em seus braços, eu senti que finalmente tinha chegado a algum lugar...Eu deixei de ser uma moça pobre, sempre jogada de um lado para o outro, com uma mala na mão e medo de tudo...Passei a ser também dona de alguma coisa...O que mais eu podia esperar?"

Lucile - O ensaio, de Jean Anouilh