Eu e a Morte somos amigas de infância.
Ela me liga de vez em quando.
Às vezes manda emails,
prolixos e molhados de saudade.
Às vezes vem em zap zap,
surpresa.
surpresa.
E, em alguns dias,
ela vem tomar um chá da tarde comigo.
ela vem tomar um chá da tarde comigo.
Conversamos horas a fio, tecendo.
Nos conhecemos muito.
E ela acaba ficando para dormir.
Quando acordo, na manhã seguinte, ela nunca está lá.
Mas sempre deixa um bilhete em cima da mesa de jantar:
"Sinto sua falta. Voltarei em breve. Se quiser, venha me visitar".
Eu jogo o papel no lixo
e vou trabalhar.