sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O trabalho

"Acho que tenho uma interpretação muito livre de trabalho, porque penso que estar vivo já dá tanto trabalho que não queremos fazer mais nada" - Andy Warhol

- citação tirada do blog do amigo Guzik. Acredito por isso reproduzo.

O it e eu

Hoje é dia 19 de fevereiro.
E agora começa o ano aqui neste espaço.
Ou, no meu espaço.
Começa?
É, na verdade, pelo número de coisas que aconteceram e pela intensidade delas o ano já estaria na metade ou quase no final.
Que assim seja. Que assim é, sempre.

Antes eu acreditava que um dia ou alguma hora eu teria tempo para mim, para minhas coisas, para as coisas que não estão na minha agenda.
Hoje eu acredito que se essas outras coisas, como eu mesma, não entrarem na minha agenda elas nunca acontecerão.

Escrever é uma delas.

Ter uma mente cheia de idéias e pensamentos, dizem, é muito bom. Mas quando isso acontece com a gente, passamos a sofrer de uma nova doença: a síndrome do excesso, ou melhor, a síndrome da falta de solidão. Parece que o mundo tá cheio e dentro da gente também. É só recheio, dentro e fora, sem bordas, sem linhas. É uma massa disforme e bagunçada. Misturada com dentro e o fora.

Eu descobri que eu sofro dessa síndrome. E eu descobri a minha cura.
Ou eu acho que eu descobri.
Sei lá: escrever.

Esse momento de silêncio entre eu e a tela, confrontamo-nos.
Brancas e silenciosas. Acalma. Alinha e ordena o caos da síndrome.
Fundimos uma na outra. O eu cheio encontra o it vazio.
E se estabelece um uno de equilíbrio. Bom.

Então, hoje, eu decidi que vou escrever aqui pelo menos um dia sim um dia não.
De volta.
E, pelo menos, mais que 2 linhas.
2 linhas?
É, textos e mais textos.

Porque eu preciso ter esse espaço meu. Este encontro com o it.

Feliz ano novo!