sábado, 3 de março de 2018

Caixa de pandoras-palavras.

Podia ir ao teatro, ao cinema.
Ou café com amigo, ou coisa assim,
Mas era tanta, mas tanta palavra que tinha dentro dela
que estava com medo de, ao entrar em contato com o mundo,
se afogar em seus próprios pensamentos.
Era sentimento demais esmagado no peito. Era informação demais para digerir.
Era preciso colocar pra fora, abrir a caixa de pandora. Peneirar. 
Ela estava sufocada de palavras e tinha medo de morrer disso. 
Entupida de letras empilhadas garganta abaixo...
Era preciso pegar as palavras e reordena-las, com algum sentido, de alguma forma.
Cheias, rasas, curtas. Circulares. Todas elas. Mas alguma. Pelo menos uma.
Era preciso criar largos espaços. Amplos. Entre parágrafos.
Para, entre eles,
a palavra Esperança gravar. 

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