quarta-feira, 28 de novembro de 2018

A loucura em desfalque.

A vida anda séria demais comigo.
Eu até tento fazê-la rir, uma careta de soslaio, um sexo ao acaso,
um papo cozamigos fora de hora, ou um "abraça forte" de criança,
mas logo ela vem
e fala assim no meu ouvido,
em meio aquele breve fio de meditação:
FOCO.

Ela tem me mostrado que estar sóbrio pode ser sim uma boa opção.
Desde que você não tome um porre de culpa. Ou de falta dela.

Ela tem me mostrado que café é bom, mas com moderação.
Assim como a raiva, a falta de perdão ou a paixão.

Ela tem jogado na minha cara que tudo tem sua hora e que a hora agora é
de sair do mental e rolar criação abaixo no fazer. E no ser. Inteira. Potente.
Não mais na meia bomba de um gole de uísque ou no corpo anestesiado de uma noite de insônia.

E no meio desses tapas na cara,
tem uma noite ou outra,
que bate uma saudade de uma loucura qualquer.
Ela ainda existe aqui dentro. Mesmo trancada e tachada de passado. Mas ela existe.
Aí eu podo ela com um abraço, um "toma chá" e sigo em frente para mais uma noite de sono bem dormida sem cafeína.

É. Ninguém disse que viver é fácil. Mas viver sóbrio pode ser ainda mais louco.

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