domingo, 24 de abril de 2016

o amor e o som das palavras.

Escreveu tanto que se perdeu nas palavras.
E emudeceu-se.
À espera de se achar.
Mas o seu silêncio tornava o labirinto ainda mais escuro.
E o som das palavras dentro de si ainda mais alto.
Foi, então, que, um dia, decidiu falar.
Falou uma, falou duas, falou três.
Frases.
E congelou.
Porque se deu conta de que teria que falar dias, horas, anos, infinitamente.
Na busca de compensar o tempo calada.
E que viveria na eterna frustração de não conseguir colocar em palavras aquele amor que ainda sentia.
Assim, optou pelo tormendo calado
ao vazio frustrado.
E emudeceu-se.


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