domingo, 24 de abril de 2016

Um possivel assassinato.

Quando a noite caía ela ouvia os uivos dos lobos
E o piar das corujas dizendo: uuuu-uuuu-uuuu.
Ela tinha sustos de barulhos de móveis
E do piso de madeira larga que forrava a casa.
Era impossível apagar a luz.
Precisava dela para ter a certeza de que o medo vivia dentro dela.
No escuro, ele saía por aí, passeando pelos corredores
E, quem sabe, até poderia encontrá-la.
E, se se encontrassem, era morte na certa.
Ou dela, de tanto medo.
Ou dele, de tanta lucidez.

E, então, seria uma lástima.
Pois ela não vivia sem ele
e nem ele sem ela.

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