sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Vazios.

Tem vazio que corre e logo vai embora.
Tem vazio que dança e ajuda no balanço.
Tem vazio de palco que se deixa levar com as palavras.
Tem vazio de noite que se afoga na cachaça.
Tem vazio que paralisa e só vai embora no dia seguinte.
Tem vazio que aparece do nada e depois vai embora.
Tem vazio que tem fome.
Tem vazio que grita pelas janelas.
Tem vazio que cala fundo.
Tem vazio que chora, chora, chora.
Tem vazio que se esconde num sorriso, num abraço.
Mas que se revela num amasso.
Tem vazio que aparece na cama. E grita. E goza.
Tem vazio que não espera o outro ir embora.
Tem vazio que pede para sair fora.
Tem vazio que sente falta.
Tem vazio que nem nota a falta.
Tem vazio que se enche de trabalho.
Tem vazio que dá trabalho.
Tem vazio que dá rasteira e beira a loucura.
Tem vazio que vira santo e medita.
Tem vazio que toma chá,
que fuma, que rola.
Tem vazio que ri, que curte e compartilha.
E tem vazio, vazio.
Que esvazia.
Que deixa tudo mais vazio.
Nem resto, nem tampa, nem rio.
Como vaso vazio.
Vazio.
Vazio.
Vazio...
( ).

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